quarta-feira, 16 de maio de 2007

O que há de novo?

Qual é a nova situação da comunicação? A web 2.0. indica a existência de uma novidade que rompe com o "modelo transmissivo" de comunicação lastreado pela díade emissor-receptor. Agora o que vemos é a emergência de um "modelo sociotécnico" como nunca existiu, ele se transpõe de uma interface lógica para uma interface gráfica esboçando uma "cultura de imersão" que dissocia o silmultâneo e o contíguo. As trocas comunicativas se passam em um ambiente informacional que as torna acessíveis a todos, a qualquer momento e em qualquer lugar. Assim, assumem a dimensão do coletivo, um coletivo engajado por colaboração. Nesse sentido, é imprescindível o engajamento em torno desse novo modelo de comunicação onde os padrões já não são pré-definidos, eles são criados nas trocas, na colaboração. Este engajamento possui um caráter cultural que suscita questões sobre a relação entre o técnico e o social, afinal, no âmbito das redes sociotécnicas, caminhamos nessa permeável fronteira. Até onde vai o social e até onde vai o técnico? Existe uma sobreposição da tecnologia sobre a vida cotidiana? Ou, ao contrário, somente agora contamos com uma tecnologia que permite a realização de um sonho de trabalho coletivo que remete aos anos 90, quando, mesmo na rede, o trabalho ainda era solitário. Esse aspecto cultural também nos leva de volta aos anos 60, quando, no Vale do Silício, emerge uma "cultura do banco de dados". De todo modo, uma consideração persiste, a de que os agenciamentos sociotécnicos estão implicados em algum tipo de subversão cultural. Se o que há de novo na comunicação é o "modelo sociotécnico" e se esse modelo se define em torno da colaboração temos que levar em conta que a emergência de um novo modelo de comunicação está articulada a uma nova forma de organização do social. O "engajamento" talvez seja uma porta de entrada para pensar essa mudança de paradigma...

Um comentário:

8o JN 1/2007 disse...

Olá a todos,
fico pensando, a partir do post de Cristina, que precisamos pensar nas características desse modelo colaborativo de comunicação, que pressupõe, em perspectiva cada vez mais ampla,a autonomia semiótica do canal....

Geane