terça-feira, 30 de outubro de 2007

Ciberconto

O estudo da Paula sobre ciberconto, ao percorrer as tensões que o definem em relação à literatura impressa, traz um novo parâmetro para pensar a colaboração: sua relação com a estrutura da narrativa. Considerando que a narrativa é uma forma de organização da experiência (na medida em que ela se serve de uma combinatória sequencial na construção do significado), podemos perguntar: em que medida a própria narrativa funciona como elemento organizador da produção colaborativa? E, por outro lado, na estrutura do ciberconto podemos pensar que os processos de interação constituem, em si, a razão de ser da narrativa? Essa questão remete a outra que formulei há pouco: podemos pensar que as estruturas da cibernarrativa revelam a emergência da colaboratividade como um novo valor cultural? Valor esse capaz de funcionar como princípio organizador da experiência? Valor também capaz de endossar uma primazia do processo sobre o resultado final? E isso, de modo a considerar que o que realmente importa passa a ser a relação, o processo interativo? Processo esse que se organiza pela própria estrutura narrativa? Quais seriam, então, os critérios que constituem essa estrutura narrativa enquanto elemento organizador?

2 comentários:

Geane Alzamora disse...

Mas a colaboração não existiu sempre, de algum modo? Afinal, o que a caracteriza na experiência do ciberconto, de modo a particulariza-lo?
Geane

Cristina Cypriano disse...

A manipulação de elementos estruturais não seria uma dessas características?
Cris