terça-feira, 30 de outubro de 2007

Webjornalismo

Leobaldo nos mostra que os aspectos constitutivos da hipermídia – como o redimensionamento espaço/temporal – provocam uma reformulação das rotinas técnicas típicas do jornalismo de massa com a exigência de estabelecer novos critérios de noticiabilidade. Cabe perguntar: em que medida as novas combinatórias de operação repercutem naquelas que as antecede? Emerge daí uma nova cultura jornalística? Mais especificamente, será que podemos pensar no aparecimento de um novo valor-notícia? Se sim, como esse valor se define? É possível pensá-lo através da idéia de fidelização? Quando digo fidelização, tenho em mente a discussão de Simmel sobre a fidelidade onde ela aparece como um dos mais importantes fatores de conservação dos laços sociais. Simmel diria que a fidelidade “constrói uma ponte” que liga as mais diversas motivações individuais – sejam de caráter intelectual, prático ou sentimental – em um laço unitário de relação. Desse modo, a fidelidade pode ser considerada como uma importante força de ligação entre emissor e receptor. E, mais do que isso, é fator de conservação dessa ligação. Um leitor que é fiel a um meio em detrimento de outro, dificilmente faz implodir essa ligação. Mas fidelidade exige credibilidade – administra valores. Então, no jornalismo online, quais são as características que condicionam a fidelização? O que faz com que os leitores optem por ele e não pelos meios tradicionais, aos quais já estavam habituados? São características que remetem aos novos critérios de noticiabilidade? Rapidez? Simultaneidade? Isso nos ajuda a pensar na emergência de um novo valor-notícia?

2 comentários:

Geane Alzamora disse...

Oi pessoal,
mais que pensar um novo valor-notícia, talvez fosse o caso de pensar em que medida os valores-notícias oriundos do ambiente midiático de comunicação de massa permanecem no ambiente hipermidiático e em que medida esse ambiente, em especial o jornalismo de portal, sugere a emergência de alguns (e nao um...) valores-notícia, talvez relacionados ao modo como a interface, através de seus recursos de linguagem, propicia/instiga algumas práticas jornalísticas específicas... o que acham?
Geane

Cristina Cypriano disse...

Geane, eu acho bacana trazer a interface pra pensar essas práticas. E, além dela, a questão da simultaneidade. Em um portal é muitas vezes possível acompanhar a confecção da notícia... isso traz o evento pra interface.
Cris